Comitê Gestor do Pontão Cultura Digital, Comunicação e Mídia Livre fortalece a soberania digital dos Pontos de Cultura
Composto por sete Pontos de Cultura Digital distribuídos pelas cinco regiões do país, o grupo atua de forma democrática e colaborativa na gestão, tomada de decisões e realização de ações do projeto; conheça mais
O comitê gestor do Pontão de Cultura Digital, Comunicação e Mídia Livre é formado pelos Pontos de Culturas: Associação Alquimídia – Florianópolis/SC; Circo do Capão – Palmeiras/BA; Raízes do Cerrado – Cocalzinho de Goiás/GO; Casa Preta – Belém/PA; Casa de Cultura Tainã – Campinas/SP; Pontão de Cultura Digital iTeia – Recife/PE e Ponto de Mídia Livre Estúdio Livre Paraná – Curitiba/PR.
Desde 2004, esses Pontos de Cultura se articulam na Rede Cultura Viva, inicialmente pela Rede de Estúdios Livres e, a partir de 2009, como Produtoras Culturais Colaborativas. Todos trabalham na atualização e desenvolvimento de plataformas para a realização e memória da produção cultural comunitária, sistematização das ações, no mapeamento e diagnóstico da cultura tradicional e popular brasileira.
Atualmente este grupo de trabalho faz parte do projeto da Rede, proposto pelo Instituto Intercidadania, contemplado no eixo Temático de Cultura Digital e Mídia Livre do edital de Fomento a Pontões, lançado pelo Ministério da Cultura (Minc), por meio da Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural em agosto de 2023.
A iniciativa nasce da necessidade de desenvolver, aprimorar e manter um ecossistema de ferramentas livres de comunicação, memória, tomadas de decisões coletivas e gestão colaborativa com a garantia de segurança de dados, autonomia de uso para os Pontos de Cultura conectados à rede mundial de software livre.
Estes coletivos, desenvolvem e reaplicam a tecnologia social certificada pela Fundação Banco do Brasil desde o ano de 2015 (https://transforma.fbb.org.br/tecnologia-social/produtora-cultural-colaborativa).
Soberania Digital e Proteção de Dados
A missão é nobre e estratégica. A de garantir a soberania digital e proteção de dados na salvaguarda das Memórias, Saberes e Fazeres produzidos pelos Pontos de Cultura do Brasil. Neste sentido, a rede atuará nas metas de:
Mapeamento e Diagnóstico;
Formação e Capacitação;
Articulação e Mobilização da Rede;
Contratação e Formação dos Agentes Cultura Viva.
A intenção é gerir, armazenar e difundir esses conhecimentos em repositórios seguros e não proprietários, controlados pelos próprios Pontos de Cultura e protegidos pelo Estado brasileiro e pela sociedade civil, dentro da Rede Cultura Viva.
Mapeamento Cartográfico
Além disso, o Comitê Gestor, com a ajuda dos Agentes Cultura Viva, realizará a Cartografia da diversidade das expressões culturais em todo o território brasileiro, coletando e atualizando dados para a construção do Mapa Cartográfico e relatório.
Atualização de Plataformas de Memória, Acervo e Tomada de Decisão Coletiva
Para isso o grupo está melhorando o desenvolvimento do Plantaformas, Baobáxia, além da migração de todo acervo multimídia do iTEIA, Pernambuco Nação Cultural e Estúdio Livre para uma nova interface gráfica no WordPress e Tainacan.
Ao final deste trabalho, os Pontos de Cultura poderão acessar gratuitamente um cardápio de plataformas e ferramentas digitais livres para impulsionar a gestão de projetos, tarefas e tomada de decisão coletiva, com os dados hospedados de forma segura, não compartilhados com empresas privadas, colaborando diretamente para a segurança e soberania digital do país.
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Conheça mais sobre a trajetória dos Pontos de Cultura que fazem parte do Comitê Gestor do Pontão Cultura Digital, Comunicação e Mídia Livre.
1. ASSOCIAÇÃO ALQUIMÍDIA – FEDIVERSO / FLORIANÓPOLIS/SC
O Fediverso é um conjunto de tecnologias utilizadas para hospedagem de arquivos e publicação na web (como mídias sociais, microblogs e sites). Os usuários podem criar identidades em plataformas instaladas em diferentes servidores (chamados de “instâncias”) com protocolos de comunicação que permitem a troca de informações entre todos os perfis dessa rede, constituindo um “universo federado”.
O Fediverso representa uma grande oportunidade para a redistribuição da Internet, hoje reduzida ao uso de poucas plataformas ligadas a grandes grupos econômicos globais, as conhecidas Big Techs.
O Fediverso também oferece ótimas alternativas de plataformas de mídias sociais muito úteis ao trabalho e articulação dos produtores de cultura. Por esses motivos, a Alquimídia tem se dedicado ao desenvolvimento e difusão do Fediverso na última década.
A Alquimídia é uma associação cultural dedicada à democratização das comunicações e à Cultura Digital no Brasil desde 2002. A entidade foi responsável por importantes projetos em Santa Catarina, como o Catavídeo – Mostra de Vídeos Catarinenses e o Pontão Ganesha de Cultura Digital, que continua suas atividades sob o formato de uma agência digital dedicada ao fomento da economia criativa, a Agência Ganesha.
Além de orientar as formações voltadas ao midialivrismo, a Alquimídia apresentará aos Pontos de Cultura e Agentes Cultura Viva as ferramentas do Fediverso, além de executar a customização de um plugin para WordPress baseado no ActivityPub, o principal protocolo de comunicação do Fediverso. Esse plugin poderá ser utilizado para integrar todos os sites, blogs e plataformas ao Fediverso.
Conheça mais aqui: alquimidia.org/fediverso
2.CIRCO DO CAPÃO – PALMEIRAS/BA
O Ponto de Cultura Circo do Capão reúne um caráter plural, agregador e cosmopolita, dialogando com diversas linguagens artísticas, viabilizando trocas férteis com diversos lugares do território e do mundo. Ao receber estas diversas influências, vê gravitar sob a sua lona desde a cultura popular à arte clássica/erudita, desde o aluno com necessidades especiais à grandes artistas europeus e latinos, reafirmando o circo como arte do diverso, formando artistas e transmissores nos municípios que compõe o território.
O Circo do Capão conta com espaço próprio, possui uma lona de dois mastros com capacidade para 800 pessoas, áreas internas e externas capazes de abrigar diversas atividades. Em 2008 recebe a chancela como Ponto de Cultura pela SECULT-BA e Ministério da Cultura, o primeiro sob uma lona de circo, ampliando a sua ação no território da Chapada Diamantina.
Conheça mais aqui – circodocapao.chapada.ba
3. RAÍZES DO CERRADO – COCALZINHO DE GOIÁS/GO
O ponto de Cultura Raízes do Cerrado, Promove a participação da comunidade nos projetos culturais como também identifica, incentiva e apoia outros projetos artísticos existentes, prioritariamente a realização de projetos culturais que estão fora da evidência do mercado e que contemplem a cultura popular dos povos do cerrado, Promove a realização de atividades de cultura digital relacionadas a diversidade cultural; com uso de Software Livre.
Conheça mais aqui: raizesdocerrado.wordpress.com
A Casa Preta é um coletivo formado por jovens negros das periferias do Brasil que se reuniram em Belém do Pará. Iniciado em 2008, o coletivo promove atividades culturais e sociais, estabelecendo uma relação harmoniosa com a comunidade. Ao longo dos anos, expandiu suas atividades e se tornou uma entidade jurídica, contribuindo para a juventude negra e periférica de Belém.
Conheça mais aqui: casapretaamazonia.org
5.CASA DE CULTURA TAINÃ – CAMPINAS/SP
A Tainã e a Rede Mocambos estimulam a valorização das manifestações artísticas, culturais, sociais, alimentares, e de muitos outros elementos que constituem os saberes e fazeres de comunidades tradicionais brasileiras.
Partindo da apropriação tecnológica digital, que possibilita que os conhecimentos e práticas tradicionais sejam registrados, organizados e difundidos, a Tainã busca produzir e difundir conteúdos e informações relevantes para as comunidades parceiras e para o público em geral.
Em 2007 a Casa de Cultura Tainã, a partir da articulação junto a Rede Nacional de Pontos de Cultura, realizou um encontro entre lideranças de comunidades rurais e urbanas de diversas regiões do país e nesta ocasião foi fundada a Rede Mocambos, uma rede de comunicação comunitária constituída pelas comunidades participantes.
A Rede Mocambos é um importante veículo de comunicação no espaço virtual; estruturada a partir de um projeto desenvolvido em parceria com o Ministério das Comunicações, funciona através de telecentros instalados em comunidades isoladas – comunidades quilombolas, caiçaras, de terreiro, aldeias indígenas, entre outras comunidades rurais e urbanas – integrando-as, através de trocas permanentes de proposições, projetos, saberes, acervos e produtos aos seus pares. Hoje a rede possui cerca de 200 comunidades parceiras interligadas por rotas físicas, digitais e afetivas.
Conheça mais aqui: taina.net.br
6.PONTÃO DE CULTURA DIGITAL – iTEIA
O portal e Pontão de Cultura Digital iTEIA, surgiu no ano de 2007 e está no ar até os dias atuais. Entre 2007 e 2019, foi o principal repositório da cultura popular brasileira, abrigando diversos tipos de conteúdo, em áudio, imagem, vídeo e texto, onde shows, documentários, debates, encontros e simpósios ficam registrados.
No Fórum Nacional dos Pontos de Cultura realizado durante a TEIA 2008 a plataforma foi escolhida como repositório oficial do GT Audiovisual, tendo esta resolução aprovada na plenária final do evento.
Após a finalização do investimento inicial feito pelo Ministério da Cultura, a plataforma foi mantida pelo Instituto Intercidadania e parceiros desde então, não sendo mais possível a partir de 2019 mantê-la com todo o acervo de mais de 5000 conteúdos, enviados pelos mais de 1000 agentes cadastrados.
A partir de 2019 a rede iTEIA funciona com uma versão reduzida. Os conteúdos seguem em posse do Instituto Intercidadania e a atualização proposta no escopo deste projeto, é justamente para que se possa colocar todo este conteúdo do acervo e memória da cultura brasileira, à disposição da sociedade.
Conheça mais aqui: iteia.org.br
7. PONTO DE MÍDIA LIVRE ESTÚDIO LIVRE PARANÁ – CURITIBA/PR
O Estúdio Livre é um conceito de ambiente colaborativo em constante desenvolvimento que tem por objetivo a formação de espaços reais e virtuais que estimulam e permitem a produção, a distribuição e o desenvolvimento de mídias livres.
A ideia surge em 2004 (https://web.archive.org/web/20041114114041/http://www.xemele.org/conversa/modules/wakka/EstudioLivre), a partir da convergência de uma série de ações de coletivos (Centro de Mídia Independente, Mídia Tática, MetaReciclagem, Orquestra Organismo etc.) e instituições (Programa Software Livre Paraná, Cefet-PR, UFPR, Faculdades ESEEI etc.) que já produziam mídias livres em seus estúdios e que percebiam a falta de uma rede de produção e documentação em português sobre o tema. Cria-se então uma lista de discussão (https://lists.riseup.net/www/arc/estudiolivre/2004-12/msg00004.html) para agregar as conversas e dar início à primeira ação presencial do grupo: a colaboração para com o Laboratório de Conhecimentos Livres do Fórum Social Mundial de janeiro de 2005.
Conheça mais aqui: estudiolivre.org/
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