Rede de produtoras culturais colaborativas na mesa Digitalização e Acesso ao Patrimônio Cultural no Encuentro Sur de Cultura Libre

Encuentro Sur de Cultura Libre

O acesso a acervos digitais multimídia, para além das opções de repositórios proprietários, é um gargalo na produção cultural latino-americana. Se considerarmos os conteúdos relacionados aos povos culturas tradicionais e de comunidades periféricas, esta invisibilidade de conteúdos se torna ainda maior. Alguns mitos como: a pouca visibilidade das plataformas livres, a baixa indexação nas redes sociais e as dificuldades de usabilidade, são alguns dos motivos para a não utilização das mesmas. Sem negar as dificuldades desses sítios, sobretudo no que concerne ao financiamento e manutenção, podemos prospectar esses ambientes como oportunidades para unificar os diversos tipos de conteúdo e atingir o público-alvo de maneira mais eficaz.

Em dado momento, no âmbito do poder público brasileiro, a preservação, memória e divulgação de eventos, notícias e diversos artefatos culturais do Brasil foi incentivado por política pública, quando foi criado o portal iTEIA em 2007. Com o mesmo perfil existem, no mesmo país, o Beiras D`água e o Estúdio Livre, todos reunindo vasto acervo da cultura popular e todos relegados a descontinuidade de políticas públicas para a catalogação da cultura popular. Estes ricos acervos são mantidos por organizações não-governamentais e por ativistas engajados em preservar um patrimônio ao qual os governos, nas diversas esferas, têm demonstrado pouco apreço.

A própria comunidade que poderia ser bastante beneficiada com a exposição de seus conteúdos nestas plataformas apresenta algumas resistências, apresentadas nos momentos em que os mantenedores têm a oportunidade de ofertar formação, no sentido de aumentar a apropriação sobre estas ferramentas. Entre elas a maior familiaridade com as ferramentas já conhecidas (Soundcloud, YouTube, Vimeo, Flickr) e a indexação com as redes sociais proprietárias. Contudo, algumas características podem se apresentar como oportunidade de personalização do acervo e acesso ao público interessado em cultura.

A possibilidade de reunir em uma única plataforma conteúdos em áudio, imagem, vídeo, além de notícias e eventos, parece um diferencial importante destas plataformas. Postar em redes sociais interligadas por um único perfil não produz o mesmo efeito, além de requerer termos de uso obscuros e distorcer o formato dos conteúdos quando transferido automaticamente para outra plataforma. Com respeito ao público, em vez de concorrer com a audiência de grandes conglomerados de comunicação e digital influencers, os usuários podem atingir públicos que buscam especificamente conteúdos relacionados a cultura, o que naturalmente não garante o maior potencial de audiência absoluta, mas já se constitui um filtro para o acesso facilitado dos interessados.

Em tempos de vigilância intensificada na rede mundial de computadores é desejável o esforço entre sujeitos protagonistas no campo da cultura, acadêmicos, poder público e usuários, no sentido de utilizar, financiar, consumir e divulgar os conteúdos das plataformas livres de acervo digital, para salvaguardar os conteúdos que representem a diversidade cultural latino-americana e não fique a gerar dados para redes de informação proprietários, que não tem compromisso com as culturas tradicionais e sim de monetizar todo e qualquer rastro de utilizam da internet.

Serviço:

Mesa: Digitalização e acesso ao patrimônio no Encuentro Sur de Cultura Livre.

Quando: 21 de Novembro de 2018

Onde: plataformas de transmissão online Jitsi e YouTube.

Participantes: Fabs Balvedi (BRA), Gabriela Riera (ARG), Patrícia Peñafiel(EQU) e Pedro Jatobá BRA).

Horário: 19 hs GMT | 16 hs AR/UY | 17 hs BR | 20 hs ES

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